Em entrevista à versão on-line do jornal Perú.21, Guillermo Loli, diretor de pesquisa de opinião da Ipsos, disse que o governo de Boluarte, com 93% de desaprovação e apenas 4% de aprovação, “não ata nem desata” (não consegue reagir).
“Não vejo como a presidente pode reverter essa opinião. Se ela conseguir superar as vozes de desocupação, é muito provável que navegue nessa alta porcentagem de rejeição”, disse Loli.
Ele se referiu à recente recomendação de uma comissão parlamentar que, após investigar o uso discricionário que a presidente supostamente fez do carro oficial que lhe foi atribuído, recomendou que o Congresso analisasse a possibilidade de destituí-la (removê-la do cargo).
A pesquisa também perguntou sobre os motivos da desaprovação da presidente, e o primeiro, de acordo com a pesquisa, foi para 42% dos entrevistados, seus erros na política contra o surto de crime e crime organizado, o principal problema do país, de acordo com a pesquisa.
Para 20% dos entrevistados, a desaprovação se deve aos erros de sua política econômica e, para 16%, às mortes nos protestos contra a ascensão de Boluarte à presidência entre dezembro de 2022 e março de 2023.
Outros atribuíram a rejeição de Boluarte à sua pretensão de aumentar seu salário (7%) e à sua subordinação à maioria parlamentar conservadora (cinco).
O menor número de menções refere-se ao fato de Boluarte possuir relógios Rolex de luxo (2) e à cirurgia estética a que se submeteu (2).
A Ipsos também verificou que o recém-nomeado primeiro-ministro, Eduardo Arana, tem apenas 7% de aprovação e 72% de desaprovação, enquanto o presidente do Congresso, Eduard Salhuana, tem 9% de aprovação e 74% de rejeição.
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