Sábado, Junho 14, 2025
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Famílias argentinas precisam de mais renda para evitar a pobreza

Buenos Aires, 13 jun (Prensa Latina) Enquanto o governo comemora a queda da inflação anunciada em maio, as famílias argentinas enfrentam uma realidade diferente: precisam cada vez mais de mais renda para evitar a pobreza.

Uma família típica, composta por dois adultos e duas crianças, precisava de 1.110.623 pesos (US$ 965,76) em maio de 2025 para não cair abaixo da linha da pobreza. O valor representa um aumento de 0,1% em relação ao mês anterior e de 30,5% em relação ao ano anterior, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC).

Logo após anunciar a queda da inflação em maio, notícia rapidamente divulgada pelo governo, o INDEC ou a oferecer o valor da Cesta Básica Total (CBT), que inclui alimentação e outros bens, como serviços básicos, transporte, saúde e educação, que o governo não considerou em sua inflação amplamente divulgada.

Em outros tipos de domicílios, a situação não melhora. Uma família de três pessoas precisava de mais de 884.000 pesos (US$ 768,70) para não ser considerada pobre e 398.000 pesos (US$ 346) para não cair na pobreza extrema.

No caso de famílias com cinco pessoas, o CBT chegou a 1.168.132 pesos (US$ 1.015,77).

Diversos estudos privados e pesquisas qualitativas indicam que a percepção da inflação real em grandes setores da população é pelo menos o dobro do valor oficial. A discrepância entre os números do INDEC e a pressão percebida sobre os bolsos das pessoas está gerando crescente inquietação social, noticiou o jornal Ámbito Financiero.

Em supermercados e lojas de bairro, os aumentos de preços de produtos essenciais continuam sendo sentidos, e a queda no consumo em áreas-chave não consegue reverter a sensação de sufocamento econômico. Um número crescente de consumidores busca produtos com desconto e se inscreve em planos de benefícios para obter descontos nas compras.

Embora o presidente Javier Milei insista que seu plano de ajuste “está funcionando” e prometa uma recuperação futura, os dados atuais mostram o outro lado da verdade:

Mais de um milhão de pesos por mês (US$ 869) são necessários hoje para evitar a pobreza na Argentina. Em uma economia com alta informalidade e salários que não se recuperam, a maioria das famílias não chega nem perto desses números, alertam especialistas.

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